quinta-feira, julho 28, 2005

Soares...

...e a sua candidatura
Tornou tristes muitos alegres!
Em contrapartida, já se ouve por aí gritar de novo: "Soares é fixe (fish?)"

Claro que sim! Soares é fish! Mais precisamente, pescada! Mesmo antes de ser... já o era!

quarta-feira, julho 27, 2005

Português sem calças

Fado vadio enviado por "O Lavador do Rio"
Tire as calças, caro camarada, e junte-se ao grupo de muitos milhares de pessoas que já andam de boxers ou de tanga. Não se envergonhe! Se não as tirar agora, mais tarde tira as calças e as cuecas. Enfim, tira tudo!!! Porque, com a nossa classe politica, o slogan é: "o que você não tem, nós tiramos!"
É que, infelizmente, os nossos políticos, que deveriam ser pessoas "cultas" e "sabedoras", ao longo destes últimos meses adquiriram já o velho hábito da arraia miúda, que é comprar o que nunca se saberá se se poderá pagar...
Então, é casas do melhor que há! Um bom mercedes à porta, férias no Brasil... o banco é amigo até tirar tudo! E o nosso Estado vai pelo mesmo caminho...
Então será que eu, "inculto" e "pouco sabedor", ouço a dizer ao nosso querido governo que não há dinheiro e o deficit é enorme, que é necessário fazerem-se sacrifícios em nome do Estado portugues... e lá vem o IVA para 21%. Quero comprar um carro, e pago um para mim e outro para o Estado. Acabaram com a SISA (lapso... mudaram-lhe o nome, o espírito continua lá na mesma!) Com este cenário alarmante, vamos ter um TGV e um aeroporto da Ota. Sim senhor! É uma obra da engenharia financeira (nunca vi esta cadeira ou este curso nas universidades portuguesas, mas que deve ter muita saída, deve!)
Eu, pobre, penso assim... se eu ganhar 500€ por mês e gastar 530€ tenho um deficit de 6%. Até aqui não há problema... -agora vai entrar a engenharia financeira em acção!- Chego ao banco e peço 1.000.000€ para comprar uma casa na Quinta da Marinha, mas, como é que a engenharia financeira vai pagar? Terei de fazer como o Estado português: recorrer a todos os meus vizinhos para pagar a casa porque o meu salário nem para despesas dá! Os meus vizinhos que façam sacrifícios por mim... é a única solução.
Isto só para dizer que não se pode entrar em bens supérfluos, quando não são minimamente necessários. Tipo Ota e TGV. Seria preferível ter uma óptima ligação às principais cidades do país por alfa pendular e aproveitar Tires ou a base aérea de Monte Real para se poder fazer um aeroporto que servisse interesses regionais, e não da metrópole...
Imaginem o que é pagar a Ota, TGV e eventual candidatura aos jogos olímpicos de 2016... Eu imagino o semelhante no meu bolso... casa na Quinta da Marinha, um Maybach à porta e um Boeing 737 à minha disposição no... aeroporto da Ota!
Ridículo!
O Lavador do Rio

terça-feira, julho 26, 2005

Garota...

...como podes não conhecer a outra?
Hoje, em reunião de pessoas bem vestidas, dei por mim, incrédulo, a ouvir alguém perguntar:
«O quê? Quem é essa?» -Ou coisa que o valha, pois a estupfacção afectou-me as (poucas) capacidades de memória-.
Perguntas feitas, depois de outro dizer que dava jeito -na circunstância- uma música de elevador, tipo "Garota de Ipanema" -versão instrumental, com sonoridade dos Andes, bem visto-.
Isso mesmo. Exacto. Não conhecia a "Garota de Ipanema" de Vinícius...
Toda a donzela tem direito ao seu deslize -sempre ouvi dizer-, mas convenhamos que este!...
Este, apenas serve como exemplo de muitos outros deslizes, derrapagens, etc. e tal, a que vejo esta e outras garotas serem indiferentes.

Perante isto, não posso deixar de imaginar o seu mais-que-tudo a chegar a casa e dizer:
- «Minha flor de sardinheira, vim todo o caminho a ouvir a "Garota de Ipanema", e não conseguia deixar de pensar em ti, lembrando-me de quando te passeavas p'la beira-mar!»
Responde ela: «O quê? Vieste ao tlefone ca'outra e ainda tens o desplante de dizer que tavas a pensar em mim? E trataze-a por garota e tudo... sim senhor... Nã tens vergonha nessa cara? Quando te ligo e vais a condzir, não atendes! Dizes que te tiram a carta... Tá bem! Há-des cá vir!»

Enfim, coisas do meu burgo...

Já agora, garota, se passares por aqui, vai ali. É só um instantinho! Não custa nada!

Olha, que coisa mais linda,
Mais cheia de graça,
É ela, menina, que vem e que passa,
Num doce balanço, a caminho do mar.
Moça do corpo dourado,
Do sol de Ipanema,
O seu balançado
É mais que um poema
É a coisa mais linda
Que eu já vi passar

Ah, por que estou tão sozinho?
Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha,
Que também passa sozinha.

Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa,
O mundo inteirinho
Se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor.

Sedentos pelo poleiro

Fado vadio enviado por "O Lavador do Rio"
Há alguns dias atrás, estava eu sentado a minha secretária, no meu gabinete, quando me lembrei de ir ver as notícias. Qual não foi o meu espanto, ao saber que o Dr. Mário Soares será candidato à presidência da República; devo acatar a decisão do Dr. Mário Soares enquanto cidadão português, que tem pleno direito para tal… mas pergunto-me: “será que o país ficou sem ideias? estagnado no tempo? ou não haveria mais gente com capacidade para assumir o cargo que representa o nosso país?”

E o que mais me preocupa ainda é que o cargo de Presidente da República é um cargo praticamente figurativo e simbólico, já que passeia-se no estrangeiro (leia-se visitas de estado), faz uns passeios pelos país (leia-se presidência aberta) e aconselha-se o país para o rumo a tomar (“Deveria-se, Faria, Seria, Ficaria” e nunca “Deve-se, Faz-se, Será ou Ficará”… -um pequeno problema na conjugação!-).
Mais recentemente, vetam-se algumas leis (que o diga Canas de Senhorim) e dissolvem-se governos (Pedro Santana Lopes), e eu pergunto-me só: “para fazer isto é necessário recorrermos ao Dr. Mário Soares e ao Dr. Cavaco Silva?” Não haveria por aí, por esse Portugal de terceira, gente capaz, que não sendo de uma família conhecida, ou tendo pertencido a um governo, ser considerado digno de ser Presidente?…
Ainda me dizem que o poleiro não existe… pois não… para os pequenos nunca vai existir. Temos que continuar a viver nesta prisão de 10.000.000 de pessoas a olhar para “faits divers” que vão sucedendo diariamente, mas sempre pagos por quem deixa o seu suor do trabalho e a quem tanto se lhes pede para remediar os males feitos pelos outros.

«Oh povo que lavas no rio, talhas com o teu machado as tábuas do teu caixão»
O Lavador do Rio

segunda-feira, julho 25, 2005

Um destes dias...

...cruzei-me com uma cena avulsa -ou, pelo bizarro, o quis crer-, mas, no outro dia, vi-a repetir-se. E outra vez, e outra...
Uma situação daquelas que, ao longo da minha vida, já me tinha cruzado algumas vezes. Ingenuamente, sempre as quis crer avulsas.
Mas, de tantas avulsas, tive de baixar os braços à evidência.
Lia "O Crime d'Eça", quando encontrei a perfeita transcrição -que há tanto procurava- do que gritavam os olhos d'outros, quando os observava e, inocentemente, os então julgava... avulsos.
Gritavam, de forma muda, como se não houvesse amanhã:
«Se tu soubesses como eu te quero, querida Ameliazinha, que até às vezes me parece que te podia comer aos bocadinhos!».
E suplicam, seguidamente, com alguma ousadia, permitida por os olhos não se fazerem ouvir:
«Responde pois e dize se não te parece que poderia arranjar-se a vermo-nos no Morena, pela tarde. Pois eu anseio por te exprimir todo o fogo que me abrasa, bem como falar-te de coisas importantes, e sentir na minha mão a tua que eu desejo que me guie pelo caminho do amor, até aos êxtases duma felicidade celestial».
Depois, enquanto rodam a cabeça à procura de outra Afrodite, vem a "lucidez" e resignação -quando a elas há lugar-:
«Adeus, anjo feiticeiro (...)».
Citações que conseguem dizer aquilo que há anos e anos -de forma avulsa!- via.

Mas, afinal, quem os nunca os viu? Numa discoteca, num bar -e ficamos por aqui-...
Aqueles que, de copo na mão, -com tantas pedras de gelo, quantas décadas denunciam os grisalhos, e, noutras vezes a careca, quando não os brancos pintados- e, de cotovelo apoiado no balcão, com o sorriso de quem domina a coisa, assediam -quer o seu ego crer- as miúdas com idade p'la metade -ou menos- e se julgam... os reis.
Como diria a minha avó: «Ai filho... triste vida, negro fado!»