terça-feira, julho 26, 2005

Garota...

...como podes não conhecer a outra?
Hoje, em reunião de pessoas bem vestidas, dei por mim, incrédulo, a ouvir alguém perguntar:
«O quê? Quem é essa?» -Ou coisa que o valha, pois a estupfacção afectou-me as (poucas) capacidades de memória-.
Perguntas feitas, depois de outro dizer que dava jeito -na circunstância- uma música de elevador, tipo "Garota de Ipanema" -versão instrumental, com sonoridade dos Andes, bem visto-.
Isso mesmo. Exacto. Não conhecia a "Garota de Ipanema" de Vinícius...
Toda a donzela tem direito ao seu deslize -sempre ouvi dizer-, mas convenhamos que este!...
Este, apenas serve como exemplo de muitos outros deslizes, derrapagens, etc. e tal, a que vejo esta e outras garotas serem indiferentes.

Perante isto, não posso deixar de imaginar o seu mais-que-tudo a chegar a casa e dizer:
- «Minha flor de sardinheira, vim todo o caminho a ouvir a "Garota de Ipanema", e não conseguia deixar de pensar em ti, lembrando-me de quando te passeavas p'la beira-mar!»
Responde ela: «O quê? Vieste ao tlefone ca'outra e ainda tens o desplante de dizer que tavas a pensar em mim? E trataze-a por garota e tudo... sim senhor... Nã tens vergonha nessa cara? Quando te ligo e vais a condzir, não atendes! Dizes que te tiram a carta... Tá bem! Há-des cá vir!»

Enfim, coisas do meu burgo...

Já agora, garota, se passares por aqui, vai ali. É só um instantinho! Não custa nada!

Olha, que coisa mais linda,
Mais cheia de graça,
É ela, menina, que vem e que passa,
Num doce balanço, a caminho do mar.
Moça do corpo dourado,
Do sol de Ipanema,
O seu balançado
É mais que um poema
É a coisa mais linda
Que eu já vi passar

Ah, por que estou tão sozinho?
Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha,
Que também passa sozinha.

Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa,
O mundo inteirinho
Se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor.