sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Mais de 30 anos...

...depois de instituído o regime democrático em Portugal, os sinais de maturidade do dito, tão depressa se parecem afirmar, como desvanecem.
Hoje, a
SEDES apresenta um estudo que alerta para um «(...)mal estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional» na sociedade portuguesa.

Segundo esta associação cívica, «Em geral o Estado, a esfera formal onde se forma a decisão e se gerem os negócios do país, tem de abrir urgentemente canais para escutar a sociedade civil e os cidadãos em geral. Deve fazê-lo de forma clara, transparente e, sobretudo, escrutinável. Os portugueses têm de poder entender as razões que presidem à formação das políticas públicas que lhes dizem respeito».
Imediatamente, esta manhã, ouvi quem, confessamente, sem ainda ter lido o texto da SEDES, se apressasse a vir caracterizar o mesmo de «tremendista».
Pessoalmente, assino de cruz o estudo. Ao invés, caracterizo-o como realista.
Creio que vai ser visto, por todos nós, com muito menos atenção que os comunicados da protecção civil.
Daqui por uns anos, ainda nos voltaremos a lembrar do mesmo. Aí, lamentaremos nem sequer o ter lido (reflectido, seria demais!?) com a atenção que merece.
Estudo (de leitura obrigatória) disponível
aqui.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

A profissão...

...numa próxima encarnação, poderia ser calceteiro. P’lo menos, em vez de os aturar, sempre lhes dava umas valentes marteladas na cabeça.

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

A propósito...

...do entra-e-sai na televisão pública, no editorial do “Meios & Publicidade” (nº 469), Carla Borges Ferreira sintetiza, numa frase, um sentimento generalizado.
Universal? Talvez.
A citação: «De um dia para o outro, a RTP deixou de ser o canal com o qual os portugueses se reconciliaram para passar a ser encarada como a futura ‘velha RTP’».

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Só neste país...

...é que se diz. Só neste país é que alguém (muitos blogs e outros) podem dizer que esta letra do Sérgio Godinho, o/um dos escritores de canções que mais admiro, deverá ser considerada Hino Nacional (ainda que a considere fantástica!).
Não perceberão que a letra é -também- deles que fala?
Só neste país.

SÓ NESTE PAÍS
Unamo-nos
Nós somos os famosos anónimos
Mesmo assim já cumprimos os mínimos
Somos todos únicos
Que mais vão querer de nós
Para provar quem vai à frente
Ou fica atrás

Se é por
Ir estabelecer um novo record
Compremos o Guinness
Ao preço que for
E fica o assunto homologado
E sai espumantes
Às vezes dá p'ra um banquete
Ou dele as sandes

Sempre
Complicamos a coisa mais simples
E simplificamos a complicada
Sai em rajada
O tiro pela culatra
Às vezes mata
Às vezes ressurreição
Foi de raspão

(Só neste país...)

Só neste país
É que se diz:
Só neste país
Só neste país
Só neste país
Só neste país
Só neste país

São muitos séculos em morna ebulição
A transitar entre o granizo e a combustão
E um qualquer hino
P'ra qualquer situação
A pessimista, a optimista...
E vai abaixo e vai acima
E vai abaixo, e vai acima (e agora a rima):

Portugal é nosso p'ro bem e p'ro mal

E o mal que está bem
E o bem que está mal
E o bem que está bem

JuroP'lo fado
P'lo baile e p'lo kuduro
Que este país 'inda tem futuro
É verde e maduro
Como a fruta, às vezes brota
Às vezes, consternação
Secou no chão

Por isso unamo-nos
Nós somos os famosos anónimos
Mesmo assim já cumprimos os mínimos
Somos todos únicos
Que mais vão querer de nós
Para provar
Quem vai à frente
Ou fica atrás...

(Só neste país...)

Só neste país
É que se diz:
Só neste país
Só neste país
Só neste país
Só neste país
Só neste país

Portugal é nosso p’ró bem e p’ro mal

Sérgio Godinho