quarta-feira, julho 27, 2005

Português sem calças

Fado vadio enviado por "O Lavador do Rio"
Tire as calças, caro camarada, e junte-se ao grupo de muitos milhares de pessoas que já andam de boxers ou de tanga. Não se envergonhe! Se não as tirar agora, mais tarde tira as calças e as cuecas. Enfim, tira tudo!!! Porque, com a nossa classe politica, o slogan é: "o que você não tem, nós tiramos!"
É que, infelizmente, os nossos políticos, que deveriam ser pessoas "cultas" e "sabedoras", ao longo destes últimos meses adquiriram já o velho hábito da arraia miúda, que é comprar o que nunca se saberá se se poderá pagar...
Então, é casas do melhor que há! Um bom mercedes à porta, férias no Brasil... o banco é amigo até tirar tudo! E o nosso Estado vai pelo mesmo caminho...
Então será que eu, "inculto" e "pouco sabedor", ouço a dizer ao nosso querido governo que não há dinheiro e o deficit é enorme, que é necessário fazerem-se sacrifícios em nome do Estado portugues... e lá vem o IVA para 21%. Quero comprar um carro, e pago um para mim e outro para o Estado. Acabaram com a SISA (lapso... mudaram-lhe o nome, o espírito continua lá na mesma!) Com este cenário alarmante, vamos ter um TGV e um aeroporto da Ota. Sim senhor! É uma obra da engenharia financeira (nunca vi esta cadeira ou este curso nas universidades portuguesas, mas que deve ter muita saída, deve!)
Eu, pobre, penso assim... se eu ganhar 500€ por mês e gastar 530€ tenho um deficit de 6%. Até aqui não há problema... -agora vai entrar a engenharia financeira em acção!- Chego ao banco e peço 1.000.000€ para comprar uma casa na Quinta da Marinha, mas, como é que a engenharia financeira vai pagar? Terei de fazer como o Estado português: recorrer a todos os meus vizinhos para pagar a casa porque o meu salário nem para despesas dá! Os meus vizinhos que façam sacrifícios por mim... é a única solução.
Isto só para dizer que não se pode entrar em bens supérfluos, quando não são minimamente necessários. Tipo Ota e TGV. Seria preferível ter uma óptima ligação às principais cidades do país por alfa pendular e aproveitar Tires ou a base aérea de Monte Real para se poder fazer um aeroporto que servisse interesses regionais, e não da metrópole...
Imaginem o que é pagar a Ota, TGV e eventual candidatura aos jogos olímpicos de 2016... Eu imagino o semelhante no meu bolso... casa na Quinta da Marinha, um Maybach à porta e um Boeing 737 à minha disposição no... aeroporto da Ota!
Ridículo!
O Lavador do Rio