sexta-feira, dezembro 23, 2005

Feliz Natal...

...e que 2006 seja pleno de sucessos!
Votos sinceros de O Fadista!

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Quem não conhece...

...um Zé?
Há dias, o Zé, o do ti’Rafael, gripou. -Sim, ele. O carro nunca griparia. Esse, trata-o melhor que à esposa!- Vem ter comigo. Precisava de ir a um especialista.
­- Pá, para uma gripe, vais ao teu médico de família ou ao SAP, aconselho.
- Cá agora!... Ouve lá!? Onde é que foste àquele otorrino... lembraste?
Estava percebido. Teria de ser numa clínica particular. Para o Zé, se fino e caro, igual a perfeito.
Acompanho-o.
Na sala de espera, o silêncio relativo de um ou outro folhear de revista de sociedade é quebrado pelo chinelar de uma enfermeira. Gripado, mas sem que tal lhe afectasse qualidades inatas, o Zé volta a cabeça, saca uma radiografia e cochicha:
- Pá... isto aqui... sim senhor. Muita pinta! Já vi que um gajo paga, mas é bem servido! Muita saúdinha! Muita mesmo... Benza-a Deus!
O Zé, afinal, está no seu estado normal. Descanso.
- Pá, uma vez andei com uma enfermeira... nem queiras saber. Gira! E ca’ganda maluca!... era filha daquele tipo que depois veio a construir aqueles prédios ali na Expo. ‘Tás a ver? Morava lá na rua, por cima da mercearia. Ainda namorei com a gaja uns 3 anos.
Mais uma, pensei. Afinal, em situações como esta, daquelas que calham em conversa, o Zé já me tinha falado de umas seis ou mais. Todas diferentes.
Na monotonia da espera, raciocino: o gajo está-me sempre a falar de uma namorada diferente que teve e que não lhe conheci. Basta um pequeno pretexto para o fazer. Todas têm as mesmas características: todas “boas”, filhas, sobrinhas, enteadas ou parentes de alguém com dinheiro ou conhecido da praça. Todas com um bom carro. Todas usavam Gaultier, Cartier e outros er... Com todas andou uns anos, com todas tem uma história mirabolante (efabulada?) para contar aos amigos, que nem um teen, enfim...
Como tinha tempo, e a Falsh não está nas minhas preferências de leitura, puxo da memória para recordar as histórias do Zé. Começo a fazer contas. Chego a uma conclusão: o Zé namorou mais de 18 anos. Notável.
Conheci-o, namorava com a Maria, agora esposa, e já fomos à festa dos cinco anos de casamento.
Idade? Tenho 29 anos. Ah... a dele? Tem 33.
Estimados, acreditem que um verdadeiro romântico, se for preciso, namora mais anos que aqueles que a vida lhe deu.

terça-feira, dezembro 13, 2005

As desculpas...

...e mais qualquer coisa.
Antes de férias, o trabalho. Em férias, o ócio. Depois de férias, o trabalho; e a mandriice, diga-se.
Finalmente, «depois que o estio se volveu Inverno» -como escreveu Jorge de Sena-, mais difícil fica obedecer a Ary dos Santos: «faz um filho às palavras».
Solução? Tempo. Tempo que dê tempo de «faz[er] um filho às palavras».