quarta-feira, novembro 23, 2005

Perdoai-lhes...

...Senhor!
Há dias em que as novas me deixam estupefacto. Reza a dita que me aturdiu, e me levou a rabiscar as confusas linhas que se seguem: “Vaticano quer impedir acesso dos homossexuais ao sacerdócio”.
Gostava de conseguir compreender. Verdade que gostava. Não consigo. Limitação minha, concerteza.
Pergunto eu: por oposição, é pressuposto/obrigatório os padres, seminaristas e outros que tais serem heterossexuais? Não deveriam ser celibatários, e ponto parágrafo? Não compreendo.
Outras pérolas fui lendo noutros sítios. Pasme-se: «as tendências homossexuais são desordens». De todas, a melhor: «a Igreja é feita de homens e mulheres e o homossexual tende mais para se ligar mais ao homem e pôr de lado o sexo feminino». Que outra coisa tem feito a sacrossanta nos seus mais de 2000 anos?
Misoginia, como escrevi aqui, assenta-lhe que nem uma luva de pelica.
Uma vez mais, não resisto a citar Eça, no agora tão em moda “O crime do padre Amaro”: «(...) convinha-lhe aquela profissão, em que se fala baixo com as mulheres - vivendo entre elas, cochichando, sentindo-lhes o calor penetrante (...)».
«E se me vem agora com coisas de moral, isso faz-me rir. A moral é para a escola e para o sermão. Cá na vida, eu faço isto, o senhor faz aquilo, os outros fazem o que podem. O padre-mestre, que já tem idade, agarra-se à velha, eu, que sou novo, arranjo-me com a pequena. É triste, mas que quer? É a natureza que manda. Somos homens. E como sacerdotes, para a honra da classe, o que temos é fazer costas (...)».
Isto é que eram eclesiásticos a sério, diria Ratzinger.

terça-feira, novembro 08, 2005

A história...

...é sempre a mesma. Quase todos a conhecem. Espero que, maior parte das vezes, mais surrealista que a corrente do autor das sete linhas abaixo.

A HISTÓRIA DA MORAL

Você tem-me cavalgado
seu safado!
Você tem-me cavalgado,
mas nem por isso me pôs
a pensar como você.

Que uma coisa pensa o cavalo;
outra quem está a montá-lo.
Alexandre O'Neill