quarta-feira, outubro 12, 2005

A diferença...

...está na massa. Num destes dias, ainda num daqueles em que mais apetecia passear p'la rua, que ficar especado frente à caixinha mágica, decidi-me pela segunda. Na SICN, como o meu televisor já se habituou. Não me arrependi (desta vez).
Passava então uma entrevista requentada de Maria João Avilez a um senhor bem-posto, de ar sereno, fato e gravata sóbrios, mas de uma qualidade notória que adivinhava uma carteira folgada. Fiquei pregado ao ecrã com uma naturalidade de que apenas no final da entrevista me apercebi. Vi até ao fim. Não me esqueço da postura -lato sensu-. Admirou-me a clareza de ideias, coerência, ambição, frontalidade e franqueza. Ainda o humanismo do banqueiro a quem acusavam de falta de carisma.
Descomplexadamente, o colunável começa por admitir pertencer à Opus Dei, declara apoio à candidatura do Professor, e, sem se esgueirar, explica a estratégia de internacionalização da sua empresa, garantindo, com o mesmo ar imperturbável e sereno, de quem sabe do que fala, que ela será sempre controlada por capital português e apenas estará onde seja líder, ou haja um claro retorno de capital.
Perdoem-me, mas esta postura, para um homem e uma empresa só, não me parece comum nos tempos que correm, no país onde vivo, nas pessoas e empresas que conheço, nas caras que me habituei a ver na TV...
O homem que não arranjou, como outros, truques para exibir o seu relógio suíço de milhares de contos -que ofende e quem para ele trabalha-, que não levou a conversa para domínios mais confortáveis, que não se furtou a apresentar-se tal qual é, independentemente de desagradar a muitos, e que se via falar com a certeza que apenas assiste aos que realmente sabem do que falam, foi Paulo Teixeira Pinto.
Um perfil raro. Homem feito de outra massa.

Para quando destes perfis à frente do governo da coisa pública, do governo da cidade, do governo da empresa e do governo da nossa própria casa?
Não me consigo esquecer ainda de uma frase sua, possivelmente mote para um futuro post. Dizia qualquer coisa, como: "Em Portugal, usa-se mais o preconceito que o argumento".

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Fadista:
O tamanho, tipo e cor da letra que usas no teu blog não ajuda, em nada, quem tem alguma dificuldade em ver.
É pena.
Carmen Zita Ferreira

10/14/2005 10:15 da manhã  
Blogger Fadista said...

Estimada Carmen Zita,
Já recebi alguns reparos com a mesma apreciação, que agradeço.
O próximo post, vou colocá-lo on-line já de forma diferente, respeitando o layout.
Obrigado pela dica!

10/25/2005 12:10 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Se usar mais o branco e menos o cinzento, já ajuda.
Carmen Zita

11/16/2005 5:27 da tarde  

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